A Justiça Federal deu um prazo de 48 horas para que o governo Lula (PT) e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) prestem esclarecimentos sobre um esquema bilionário que, segundo denúncias, lesou milhões de aposentados em todo o país com descontos indevidos em seus benefícios.
A decisão foi assinada pelo juiz Waldemar Cláudio de Carvalho, da 14ª Vara Federal Cível do Distrito Federal, após ação popular movida pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e pelo vereador Guilherme Kulter (Novo-PR). A ação responsabiliza diretamente o governo federal, o INSS e o ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, por omissão diante das fraudes e exige ressarcimento imediato de pelo menos R$ 6,3 bilhões aos cofres públicos e aos aposentados prejudicados.
Mas o escândalo é muito maior. Em 2023, já haviam sido apontados desvios que somavam mais de R$ 90 bilhões, segundo reportagens da imprensa. E agora, com o avanço das investigações, surgem indícios de que as fraudes envolvendo “venda casada” de serviços não autorizados — como clubes de benefícios, seguros, revistas e planos assistenciais — possam ter provocado prejuízos que chegam a impressionantes R$ 219 bilhões, conforme relatado por parlamentares e entidades de defesa dos consumidores.
A prática consistia na inclusão automática desses serviços na folha de pagamento de aposentados, sem consentimento prévio. Muitos beneficiários descobriram os descontos apenas ao verem seus contracheques reduzidos mês a mês, sem explicações. Trata-se de um esquema que, segundo críticos, foi tolerado — ou no mínimo ignorado — pela atual gestão do INSS.
Além da manifestação da União e do INSS, o juiz determinou que o Ministério Público Federal (MPF) também se posicione com urgência.
A crise expõe uma gestão marcada pela falta de controle e pela negligência com os mais vulneráveis, justamente aqueles que deveriam estar protegidos por um sistema público de seguridade social. Enquanto isso, os aposentados continuam pagando a conta de um esquema que pode ter se tornado o maior escândalo previdenciário do país.
Deixe um comentário