sábado , 8 novembro 2025
Lar Mais Cultura e Turismo Seis grupos de SP levam brasilidades ao festival escocês Fringe, o maior do mundo em artes cênicas
Cultura e TurismoMaisSão PauloÚltimas notícias

Seis grupos de SP levam brasilidades ao festival escocês Fringe, o maior do mundo em artes cênicas



Começa dia 1º de agosto o Fringe, maior festival de artes cênicas do mundo, que acontece anualmente em Edimburgo, capital da Escócia, há quase 80 anos. Nesta edição, o festival recebe o São Paulo Showcase, iniciativa inédita do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, com temporadas de seis companhias paulistas: Cênica, Cia de Dança de São José dos Campos, Fundo Falso, La Troupe, Parlapatões e Teatro Cego. A gestão e produção é da APAA. O São Paulo Showcase é uma das ações inaugurais do Ano Cultural Brasil/Reino Unido, que acontece de agosto de 2025 a junho de 2026, com mais de 100 atividades.

A presença paulista no Fringe é marcada pela diversidade de linguagens, como teatro, dança e circo, envolvendo ainda música e culinária, e passando por temas como romance, rotina, burnout, saúde, empatia, confiança e história. Para a plateia internacional, as companhias envolvidas no São Paulo Showcase apostam na brincadeira com as diferenças entre a cultura brasileira e escocesa e entre os idiomas português e inglês, cada uma à sua maneira.

A Cênica, de São José do Rio Preto, apresenta “Cheese and Guava or Romeo and Juliet” (“Queijo com Goiabada ou Romeu e Julieta”), cujo título já evoca um sabor tipicamente brasileiro. A companhia, que terá parte do elenco falando em português e parte em inglês, para depois trocar, fez quatro meses de preparação para encenar no idioma local. “O principal desafio foi trabalhar a desenvoltura e a naturalidade do elenco ao se comunicarem numa língua estrangeira, com a qual eles têm diferentes níveis de familiaridade”, conta a preparadora Fernanda Villa Angelino, que ainda auxiliou na adequação cultural na tradução, com referências que possam se conectar com essa plateia.

A La Troupe, de São Paulo, que leva “What’s in the kitchen”, optou por outro tipo de abordagem. O texto encenado será o original, em português, contando com o apoio de legendas. Além disso, o ator Eduardo Estrela, que conduz o espetáculo, sai do personagem em determinados momentos para fazer contextualizações em inglês, idioma com o qual tem familiaridade, já que morou por um ano na Inglaterra. A La Troupe promove uma experiência que transcende o teatro, oferecendo um almoço aos espectadores. E os sabores ali servidos, elaborados pelo chef Alejandro Huerta, trarão uma mistura entre Brasil e Escócia.

Quem também optou por trazer elementos do próprio idioma foi a Fundo Falso, também de São Paulo, que leva ao Fringe “Honest Fraud”, com números de mágica e telepatia, um deles todo falado em português. “Na preparação para o festival, a necessidade de adaptar o espetáculo para uma língua estrangeira não foi um obstáculo, mas um impulso criativo”, analisa Rudi Solon, dupla de Ricardo Malerbi na companhia. “Essa transposição nos inspirou a pensar a linguagem de forma mais ampla que o idioma e entender a mágica como linguagem universal”, conclui. A companhia leva ainda a Edimburgo a imagem do animal que se tornou um dos maiores símbolos do Brasil no mundo: a capivara.

Outra companhia paulistana segue a trilha de linguagens artísticas universais: o Parlapatões, que apresenta no festival o espetáculo “The Mequetrefo”, que tem a imagem e a ação física como vias principais de comunicação. “O teatro tem a capacidade de ser universal. A palhaçaria, como linguagem popular, mais ainda”, observa a produtora Camila Turim. “The Mequetrefo” traz também referências ao Brasil, e a São Paulo, por meio de palavras e música, como “Sinfonia Paulista”, de Billy Blanco.

Os textos gravados que dão suporte dramatúrgico a “Voyeur / Samba & Love”, da Cia de Dança de São José dos Campos foram traduzidos para a temporada no Fringe. “Mas a dança é uma linguagem universal. Ela pode falar muito, sem a necessidade do uso da palavra. Porém, quando penso em quadros dramatúrgicos, penso que unir movimento corporal e som traz muito mais potência”, diz a coreógrafa Lili de Grammont sobre o double bill.

O Teatro Cego, da capital paulista, leva ao festival “Another Sight”, espetáculo encenado completamente no escuro. Para o Fringe, tiveram o texto traduzido por José Luiz Volcan, que morou no norte da Inglaterra, próximo à Escócia. O elenco teve aulas e ensaios com José Luiz para também, além de apenas traduzir, fazer adaptações de linguagem, para que piadas e expressões façam sentido para o público do Fringe. Além do texto, sons e aromas conduzem o público pela história, que narra a experiência de uma empregada doméstica e sua patroa, ambas passando por tratamentos de câncer, em diferentes estágios.



Fonte da Matéria

Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados

MaisSão PauloSegurançaÚltimas notícias

PM Rodoviária apreende mais de 4 toneladas de maconha no interior

A Polícia Militar Rodoviária apreendeu, na sexta-feira (7), mais de quatro toneladas...

EducaçãoMaisSão PauloÚltimas notícias

Pesquisadores da USP treinam IA para ajudar no diagnóstico precoce de câncer bucal

Se na ficção científica as máquinas inteligentes aparecem quase sempre como uma...

EducaçãoMaisSão PauloÚltimas notícias

Estudantes da Etec de Ribeirão Pires desenvolvem sistema com IA para aumentar bem-estar de idosos

Criado por estudantes da Escola Técnica Estadual (Etec) Professora Maria Cristina de Medeiros,...