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Tiradentes revoltou-se contra 20% de imposto; hoje, pagamos 40%


O feriado de 21 de abril marca o Dia de Tiradentes, lembrado como herói da Inconfidência Mineira. O movimento, ocorrido no século XVIII, foi uma reação à elevada carga tributária imposta por Portugal ao Brasil-Colônia.

Na época, a coroa portuguesa cobrava o chamado “quinto”, que correspondia a 20% de toda a produção — principalmente do ouro — cobrança considerada abusiva pelos colonos. Além disso, quando os valores atrasados foram exigidos de forma compulsória, o governo português instituiu a “derrama” e aumentou ainda mais a revolta da população.

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A insatisfação levou ao surgimento de movimentos de contestação. Tiradentes foi um dos principais nomes da conspiração e acabou preso, julgado e executado em 1792 por se opor à política fiscal da metrópole.

Mais de dois séculos depois, o cenário tributário brasileiro permanece preocupante. Segundo dados da Receita Federal, a carga tributária atual ultrapassa 33% do PIB e pode chegar até 40%, se considerados todos os encargos indiretos. Ou seja, os brasileiros pagam proporcionalmente o dobro do que motivou a revolta liderada por Tiradentes.

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Manifesto compara Tiradentes ao Brasil de hoje

Enquanto a memória de Tiradentes é lembrada como símbolo de resistência à cobrança de impostos injustos, mais de 50 mil brasileiros já assinaram um manifesto que denuncia o peso atual da carga tributária no país. Para o movimento Ranking dos Políticos, organizador do manifesto, o cidadão comum trabalha cerca de 147 dias por ano apenas para pagar tributos.

O documento destaca que o Brasil está entre os países com maior carga tributária do mundo em relação ao retorno oferecido à população. Apenas Cuba e Argentina superam o país nesse quesito. Dados do Índice de Retorno de Bem-Estar à Sociedade mostram que, há 12 anos, o Brasil ocupa a última posição entre 30 nações analisadas.

Tiradentes esquartejado, por Pedro Américo | Foto: Reprodução/Wikimedia Commons

Os signatários criticam o fato de que, em vez de financiar serviços essenciais, os impostos são usados para sustentar privilégios e manter um Estado inchado e ineficiente. Eles também afirmam que, com o fim da hiperinflação em 1994, o governo passou a depender de mais de 90 tipos de tributos para manter a arrecadação.

O manifesto faz um apelo direto à sociedade: “Chega de pagar a conta!”. A proposta é pressionar os políticos e chamar atenção para a necessidade urgente de uma reforma que alivie o peso fiscal sobre os trabalhadores.

Leia também: “O empresariado desembarca do governo Lula”, reportagem de Carlo Cauti publicada na Edição 221 da Revista Oeste



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