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BC eleva risco de inflação estourar teto da meta em 2025


O Banco Central do Brasil elevou para 70% a probabilidade de a inflação superar o teto da meta estabelecida para 2025. A informação consta no Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira, 27.

Segundo o BC, a persistente desancoragem das expectativas inflacionárias tem sido um fator de preocupação para o Comitê de Política Monetária (Copom), que vê riscos crescentes para o controle de preços na economia.

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O relatório demonstra que a inflação tem mostrado resistência maior do que o esperado, impulsionada por pressões nos preços de serviços e pelo impacto de um câmbio mais depreciado. A deterioração das expectativas reflete tanto fatores externos, como a volatilidade no mercado global, quanto fatores internos, como dúvidas sobre o equilíbrio fiscal.

O Banco Central explica que, diante desse cenário, os agentes econômicos passaram a projetar uma inflação mais elevada para os próximos anos e reduz a credibilidade do regime de metas de inflação. O processo de desancoragem dificulta a convergência da inflação para o centro da meta, o que exige uma postura mais cautelosa da política monetária.

Inflação Banco Central
Tendência é de juros altos em 2025 | Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O relatório identifica diversos fatores que têm contribuído para a elevação da inflação. Entre eles, o comportamento dos preços das commodities, especialmente petróleo e alimentos, que seguem elevados no mercado internacional. Além disso, a taxa de câmbio desvalorizada tem impactado o preço dos produtos importados e pressionado os custos para empresas e consumidores.

Outro ponto destacado é a demanda interna aquecida, impulsionada pelo crescimento do consumo das famílias e pela expansão do crédito. A manutenção de estímulos fiscais e o aumento da massa salarial contribuem para a resiliência da demanda e elevam a pressão inflacionária, segundo o documento.

Impactos da inflação na economia

Diante da elevação das projeções inflacionárias, o BC sugere que o ritmo de cortes na taxa Selic pode ser reavaliado. Embora o Copom tenha começado um ciclo de flexibilização monetária, as incertezas no cenário macroeconômico podem demandar ajustes na condução da política monetária.

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O documento diz que a política fiscal tem um papel crucial na ancoragem das expectativas e que a sustentabilidade fiscal é um fator determinante para a dinâmica da inflação e para a previsibilidade do ambiente econômico, ao defender a ideia de que qualquer sinalização de descontrole das contas públicas pode pressionar ainda mais a taxa de câmbio e os preços.

A persistência da inflação elevada tem implicações diretas para o bolso dos consumidores e para o setor produtivo. O relatório ressalta que a alta dos preços dos alimentos e dos combustíveis afeta diretamente o custo de vida da população, o que reduz o poder de compra e exige reajustes salariais.

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No setor empresarial, o aumento da incerteza econômica leva a um encarecimento do crédito e impacta investimentos e planejamento financeiro. A elevação das taxas de juros e a deterioração das expectativas podem resultar em maior cautela por parte dos investidores e menor dinamismo no mercado de trabalho.

Outro fator analisado no relatório é o comportamento do mercado de trabalho. O BC observa que a taxa de desemprego tem se mantido em patamares baixos, o que contribui para um crescimento mais robusto da massa salarial. A resiliência do mercado de trabalho favorece o consumo, mas também pode gerar pressões inflacionárias adicionais, especialmente no setor de serviços.

As projeções do BC para a inflação em 2025 foram revisadas para cima, o que leva a um aumento da probabilidade de estouro da meta. O relatório demonstra que a inflação pode permanecer acima do intervalo superior permitido pelo Conselho Monetário Nacional, que estabelece um centro da meta de 3% com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos.

Leia também: “O novo saque dos fundos de pensão”, artigo de Carlo Cauti publicado na Edição 232 da Revista Oeste



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