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Governo Lula ignora alerta dos EUA e se recusa a classificar PCC e Comando Vermelho como organizações terroristas

Decisão levanta questionamentos sobre o comprometimento do Brasil no combate ao crime organizado nacional e internacional

Em um movimento que gerou perplexidade e indignação nos bastidores diplomáticos, o governo Lula rejeitou formalmente, nesta terça-feira (6), uma proposta do governo dos Estados Unidos para reconhecer o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) como organizações terroristas. A recusa ocorreu durante uma reunião oficial em Brasília, com a presença de representantes de alto escalão do Departamento de Estado norte-americano.

A proposta foi apresentada por David Gamble, chefe interino da coordenação de sanções do governo dos EUA, que argumentou que a designação de “organizações terroristas” permitiria o endurecimento de sanções financeiras e judiciais contra membros das facções — cuja atuação já extrapolou fronteiras e se infiltrou em território norte-americano. Segundo dados do FBI, o PCC e o Comando Vermelho operam atualmente em ao menos 12 estados dos EUA, com envolvimento em esquemas de lavagem de dinheiro e outros crimes transnacionais.

Ainda segundo as autoridades americanas, 113 brasileiros já tiveram seus vistos negados por envolvimento direto ou indireto com as facções. A sugestão de reclassificação está em sintonia com a nova política externa da gestão Trump, que pretende endurecer o combate ao narcotráfico e à imigração ilegal.

Mesmo diante de evidências alarmantes e de uma ofensiva internacional clara contra o crime organizado, o governo brasileiro optou por proteger tecnicalidades jurídicas em vez de encarar o problema de frente. Representantes dos Ministérios da Justiça, Relações Exteriores, Segurança Pública e da Polícia Federal justificaram a recusa com base na Lei Antiterrorismo (Lei 13.260/2016), que só permite a classificação de atos terroristas com motivação ideológica, política ou religiosa.

A resposta brasileira parece ignorar completamente a gravidade da ameaça. A alegação de que o país já possui “estratégias próprias” para conter o avanço das facções — como o isolamento de lideranças em presídios federais ou a atuação do Gaeco — soa frágil e desconectada da realidade. Em um cenário onde o narcotráfico impõe um verdadeiro estado paralelo em diversas regiões do país, o posicionamento do governo Lula levanta sérias dúvidas sobre sua disposição real de combater o crime com a seriedade que ele exige.

Enquanto isso, os Estados Unidos seguem pressionando. A comitiva americana contou com nomes de peso, como os diplomatas John Jacobs e Holly Kirking Loomis, o adido judicial Michael Dreher e o adido policial Shawn Sherlock. Nos bastidores, a visita também teve repercussões políticas: o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se reuniu com representantes da delegação na véspera do encontro, enquanto o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), direto dos EUA, ventilou a possibilidade de que a visita também tratasse de eventuais sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

A recusa em dar um passo decisivo contra organizações criminosas que já atuam internacionalmente pode custar caro ao Brasil — tanto no plano diplomático quanto no combate interno ao crime. A pergunta que fica é: até quando o governo Lula continuará relativizando a ameaça real e crescente das facções que, na prática, aterrorizam comunidades inteiras dentro e fora do país?

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