Os policiais militares de São Paulo estão recebendo uma capacitação para aperfeiçoar o atendimento especializado a pessoas com deficiência. O curso, iniciado em março, é promovido por meio da Diretoria de Polícia Comunitária e de Direitos Humanos.
O treinamento expõe diferentes situações durante o atendimento de uma ocorrência policial para garantir os direitos e as oportunidades das pessoas com deficiência. Desde o início do treinamento, cerca de 50 policiais se especializaram no assunto. Outros 25 agentes seguem a capacitação no decorrer desta semana.
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As aulas ministradas por especialistas abordam conceitos e características essenciais para que as equipes possam identificar cidadãos com diferentes tipos de deficiência, seja ela física, auditiva, visual, intelectual ou transtornos, como os do espectro autista. Esse treinamento capacita os profissionais a realizar abordagens mais empáticas e adequadas, respeitando as necessidades de cada indivíduo. Além disso, são discutidas estratégias eficazes para combater discriminações e preconceitos, promovendo um ambiente mais inclusivo e acolhedor para todos.
O tenente Cléber Climaco, que também faz parte do público PCD, é um dos instrutores. Ele explicou que raramente o policial vai atender uma ocorrência em que a pessoa com deficiência será uma infratora da lei, mas provavelmente a vítima ou o solicitante, o que torna ainda mais essencial que os policiais saibam como se comunicar com ela.
“A Polícia Militar deu um grande passo ao se preocupar em capacitar as equipes para esse tipo de atendimento. Vale lembrar que muita gente com deficiência sofre, também, violência doméstica ou algum tipo de capacitismo, considerado crime, então precisamos saber como melhor proceder nesses casos”, explicou.
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Há três anos, o tenente sofreu um acidente de moto, teve compressão medular que o deixou paraplégico. Ele afirmou que esse processo o fez “renascer”. “Sou privilegiado porque tive muito apoio da instituição, dos meus amigos e familiares. Hoje, sendo policial, cidadão e PCD, consigo ensinar, orientar e passar um pouco da minha experiência aos militares da ativa sobre um atendimento mais humanizado.”
‘Mais do que uma política pública, uma necessidade’
O coronel Leonardo Isipon, coordenador estadual dos Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs), de onde partiu a ideia da especialização, explicou que esse tipo de treinamento, para aprimorar os atendimentos ao público PCD, é “mais do que uma política pública, mas uma necessidade”.
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“As pessoas com deficiência estão nas ruas, nos shoppings, comércios, escolas e mercados porque a sociedade, como um todo, tem lutado para que elas tenham essa independência e isso é maravilhoso. Então nós, profissionais da segurança pública, precisamos fazer a nossa parte e oferecer um serviço orientado e de qualidade”, enfatizou.
Policiais da Ronda Escolar foram capacitados para atender casos envolvendo alunos PCDs
Iniciado em julho do ano passado, todo efetivo que atua na Ronda Escolar, que totaliza cerca de 1,5 mil policiais militares, recebeu um treinamento para atender casos de alunos PCDs.
O curso, especificamente, foi mais curto, de apenas um dia, abordando os principais assuntos sobre o tema para que seja prestado um atendimento adequado e humanizado em situações de emergência envolvendo estudantes com deficiência.
“Esse treinamento foi fruto de uma resolução conjunta entre a Secretaria da Segurança Pública, da Pessoa com Deficiência e da Educação, que já tem dado resultados. Já o novo curso que lançamos é mais elaborado, de uma semana, e pode ser realizado por policiais de qualquer departamento”, completou o coordenador do Conseg.
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